NO LOCAL DO CRIME, todo o contacto deixa um vestígio Trabalhando de acordo com este lema, os químicos forenses usam esses vestígios para fornecerà polícia informações que ajudem a desvendar o crime. Este tipo de informação também é usado para ajudar o tribunal a decidir se um crime foi cometido e, em caso afirmativo, por quem. A química forense exige excelentes capacidades analíticas e interpretativas, associadas a uma mente criativa, para tornar possível, com a ajuda dos melhores métodos analíticos, resolver o problema em causa. As condições nas quais os cientistas trabalham podem ser difíceis e a natureza das amostras que analisam é, muitas vezes, invulgar. Por exemplo, os químicos forenses podem precisar de analisar quantidades muito pequenas de substâncias desconhecidas que podem estar associadas a outras substâncias como o sangue, a urina, os tecidos humanos ou o conteúdo do estômago. O material a ser analisado está, não raro, em muito más condições, devido aos efeitos do fogo, da putrefacção ou de tentativas deliberadas de escamoteamento. A gama de materiais forenses que os químicos analisam é vasta. Além do sangue, dos fluidos corporais e dos venenos - as pistas clássicas conhecidas de todos os leitores de histórias policiais - ,os modernos químicos forenses também analisam frascos de tinta, estilhaços de vidro, drogas, vestígios de pólvora deixados pelas armas de fogo e tudo o mais que possa ter deixado uma marca química discernível. As suas capacidades de discriminação são elevadas. Sabendo, por exemplo, que cada marca comercial de gasolina é feita de proporções variáveis de diferentes fracções de hidrocarbonetos , os químicos forenses são mesmo capazes de determinar se um fogo ocorrido numa estação de serviço foi acidental ou se ficou a dever-se a fogo posto. Se a identificação química de todos os vestígios de gasolina coincidir com a gasolina vendida nesse local, o fogo pode ter irrompido de forma acidental. Porém, se se encontrar um vestígio doutra marca comercial, o fogo posto é a causa mais provável. No seu trabalho, os químicos forenses empregam técnicas conhecidas de todos os químicos analíticos. As várias formas de cromatografia e de espectrometria são particularmente úteis na identificação de vestígios de substâncias que vão desde corantes e cinza de cigarros até drogas e venenos.Os químicos forenses também fazem uso das poderosas técnicas da biologia e da bioquímica moleculares, como é a reacção em cadeia da polimerase (PCR) e a análise do ADN, para identificar suspeitos e vítimas pelos vestígios deixados pelos seus fluidos corporais, pela pele ou pelos cabelos que podem ter deixado ficar. As técnicas imunoquímicas que se baseiam na utilização de moléculas de proteínas (denominadas anticorpos) que reconhecem e se ligam a proteínas específicas (chamadas antigénios) , podem também ser utilizadas para detectar vestígios de venenos muito tempo depois de um assassínio ter sido cometido ñ meses ou mesmo anos mais tarde.
Vejamos um CASO REAL:
Num caso real os químicos forenses do Laboratório Forense da Polícia Metropolitana de Londres desvendaram um caso de homicídio. Amostras de rotina recolhidas do corpo de um jardineiro paisagístico foram analisadas por estudantes de medicina. Um estudante observou vestígios invulgares.Os químicos forenses efectuaram análises radioimunoquímicas e cromatografia líquida de alta resolução em amostras com um ano, que tinham sido conservadas em formalina. Os químicos forenses detectaram a presença de paraquato, um composto venenoso à base de amónia, solúvel em água, utilizado em herbicidas. A viúva do jardineiro confessou que tinha posto esse produto na bebida do marido. Foi condenada por assassínio.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
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